As empresas terão de ser pagas atempadamente para poderem recuperar
13 a 20% das empresas ainda sofrem de atrasos de pagamento. No entanto, a pontualidade nos pagamentos será a chave para a recuperação. O software de recolha será essencial.
“A recuperação económica passa necessariamente pelo pagamento a tempo e horas, ou mesmo mais cedo”. Esta é a convicção defendida por Pierre Pelouzet, Provedor de Justiça das Empresas francês, durante um webinar organizado pela Esker: “Sim, a crise acabou, já não estamos a registar os atrasos consideráveis nos pagamentos observados na primavera de 2020”. Na mesma altura do ano passado, as PME pagavam com 18,6 dias de atraso, enquanto os grandes clientes pagavam com 8,1 dias de atraso. Este valor compara com 10,9 dias e 8,9 dias, respetivamente, em 2019. No entanto, ainda hoje, “13 a 20% das empresas continuam a ser pagas com atraso“. Um grande problema.
Restaurar a confiança dos clientes
Numa altura em que o crédito inter-empresas representa 700 mil milhões de euros, Pierre Pelouzet, responsável francês pela mediação de empresas, adverte : “pagar tarde mata a economia, ao passo que pagar a tempo, ou mesmo mais cedo, dá-lhe um impulso. Um dia de pagamento adiantado equivale a mil milhões de euros injectados na economia francesa. Para além disso, pagar atempadamente aos seus clientes mantém a sua confiança. Estes subcontratantes, na sua maioria PME e PME, têm geralmente menos dinheiro à sua disposição e precisam deassegurar o fundo de maneio, as NFM e o DSO necessários para manter a sua atividade. “ Além disso, estes mesmos clientes serão essenciais no momento do relançamento”, sublinha Thierry Pralong, chefe do departamento de contabilidade dos Chantiers de l’Atlantique..
Porque pagar as suas contas a tempo, ou mesmo antes, é possível, 16 grandes empresas decidiram dar o exemplo. Entre elas contam-se a L’Oréal, a Michelin, a EDF, a Engie, a Danone, a Orange e a Système U. Comprometeram-se a pagar as suas facturas no prazo de 30 dias, em vez dos tradicionais 60 dias, uma vez que dispõem de reservas de tesouraria substanciais. Trata-se de um estímulo bem-vindo, em especial para as PME e as MPE mais vulneráveis. Todos introduziram um sistema de pagamento acelerado que pode ser aplicado mesmo em tempos de crise e de teletrabalho.
Ferramentas e pessoas
Para Thierry Pralong, há três meios realmente eficazes para acelerar os pagamentos: a desmaterialização dos processos, a rastreabilidade das facturas (que facilita as relações com os clientes) e os painéis de controlo simples”.A rastreabilidade ajuda aevitar quaisquer litígios com os clientes. Quando um cliente me telefona para perguntar sobre o estado das suas facturas, podemos dar-lhe uma resposta credível em apenas dois minutos”. garante. Por último, “os painéis de controlo simples são úteis para estimar o número de facturas a processar em cada mês, de modo a poder ajustar o número de contabilistas necessários para pagar todas as facturas a tempo”.
“Controlar estes processos administrativos significa poder decidir quando pagar aos meus fornecedores”, afirma Emmanuel Olivier, Diretor-Geral da Esker, especializada na desmaterialização de documentos. O erro a não cometer é acreditar que, com a introdução de um sistema informático, deixo de precisar dos meus empregados”, aconselha Pierre Pelouzet.. Precisamos sempre de pessoas para responder aos clientes quando há um litígio ou uma dificuldade, ou para recriar esse laço de confiança. Se o que ganhamos com a tecnologia for reinvestido nas pessoas, temos tudo planeado. Estes processos desmaterializados também “elevaram o perfil da profissão de contabilista, porque hoje um contabilista faz realmente contabilidade e muito menos trabalho administrativo”, continua Thierry Pralong.
Ler também: PME, as que têm pior desempenho no que respeita aos prazos de pagamento